Big Database

Tem sempre bolo de ontem pra esquentar.
Alguém sempre prefere o café puro, sem açúcar.
Ovos fritos estalam como fogos.
A chaleira apita como despertador da alma.
A casa tem cheiro de café novo e pão torrado.
A janela aberta deixa o vento levar o cheiro.
Frutas com casca e sem culpa.
Chá com limão e mel: abraço líquido.
Refeição lenta, sem pressa de acabar.
Panela velha preparando o melhor leite do mundo.
Torrada feita com pão quase velho, mas sabor novo.
A manhã corre, mas o café segura todo mundo.
Sentar à mesa é ritual sagrado.
Cada colherada tem gosto de memória.
Ninguém lembra da receita, mas todo mundo repete.
Frigideira quente, Loja ovo estalando, pão aquecido direto na boca.
Briga por quem vai raspar o potinho de geleia.
Banana frita com açúcar e canela no domingo.
Não precisa de luxo, só de aconchego.
A mesma mesa há décadas, com novos pratos.
O tempo para por alguns minutos.
As vozes se sobrepõem, mas tudo faz sentido.
A chaleira ferve de novo, como todo dia.
Alguém sempre esquece a colher no copo.
O leite derrama enquanto todos conversam.
No fim, só sobram migalhas e amor espalhado.
O café da manhã termina, mas continua no coração.
Os favoritos mudam, mas o carinho permanece.
Frutas frescas, pão quente, cheiro de lar.
Café passado na hora: cura silenciosa.
Receita da avó resgatada pela neta.
Ovos mexidos e beijos na testa.
Crianças lambuzadas de mel, suco e alegria.
Café esfriando, conversa esquentando.
Cuscuz com leite: simplicidade poética.
Manteiga borbulhando na frigideira.
Pão com ovo, solução universal.
Todo dia um café novo, mesmo sendo o de sempre.
Família reunida em volta da mesa.
Não importa o cardápio, importa quem está ali.
A primeira garfada abre sorrisos.
Rituais pequenos que alimentam a alma.
A felicidade mora ali, entre o pão e a conversa.
Todo mundo tem um café da manhã favorito.
E todo favorito tem uma história.
E toda história começa com café.